
Eu sinto a brisa me acordar, afastando todas as fantasias que habitam os meus sonhos. Estou acordado, mas mantenho os meus olhos fechados.
Por pouco tempo, pois os raios do sol forçam minhas pálpebras a se abrirem.
O dia chega e acaricia meu corpo na ansiedade de me ver vivendo a vida.
Olho para os lados, não há ninguém ao meu lado. Então aquela brisa sopra meu corpo para a praça.
Ela quer me ver bem, quer que eu busque o contato com o mundo.
Aqueles mesmos raios do sol afagam minha pele, tingindo-a com um bronze que há muito eu não via em mim.
Os músculos do meu corpo se contraem na angústia de ficarem maiores e mais vistosos. Acho que eles estão certos e por isso que decido fazer alguns exercícios.
Caminho pela calçada e minha expressão séria logo desaparece quando um pássaro assusta uma criança.
Ele provoca meu riso e não sei por qual motivo, o sorriso não abandona mais o meu rosto.
As palavras fluem na minha mente com um repertório novo de histórias, de imagens.
Os sons que antes eu não era capaz de ouvir chegam ao meu ouvido de forma límpida, como água cristalina. Assim como o som, as cores preenchem meus olhos em tons que me surpreendem.
Vejo, ouço e sinto o mundo de forma diferente. Ele me convida a vivê-lo intensamente da mesma forma em que me incentiva a desfrutar daquilo que tenho e sou.
Retorno a minha casa feliz, ainda com aquele sorriso no rosto, porém faço um último movimento, de olhar para os lados. Continuo sozinho, não há ninguém comigo.
Adormeço com o sorriso no rosto, mas antes de me entregar ao mundo dos sonhos eu afirmo em um sussurro. Definitivamente ESTOU SOZINHO
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