“Eu não estou nem aí! Quando eu ouço o meu som, visto minha roupa e coloco os óculos escuros, eu simplesmente não dou a mínima para o resto.
O vidro aberto, o som alto e a velocidade aumentando.
Ouço aquilo que agrada os meus ouvidos, sinto a liberdade entrando pela janela e observo tudo àquilo que me dá na telha; seja uma saia curta, seja um carro importado, seja um velho bêbado na rua.
O braço pra fora da janela e o sorriso no rosto.
Não estou tentando atrair olhares, apenas estou feliz.
Estou satisfeito com o momento.
Um apressadinho buzina, o farol acabou de ficar verde. Deixo o palhaço passar, pois eu não estou nem aí, logo eu passo por ele.
Faço meu caminho, mesmo sem saber para onde estou indo. A música aumenta conforme o meu pé direito se aproxima do assoalho. O ponteiro gira e o vento bagunça meu cabelo.
Vejo um radar, corto pela direita e no retrovisor eu vejo a luz do flash. Não estou nem aí! Eu quero acelerar. O sol está se pondo, a temperatura não poderia estar mais agradável e meu braço se movimenta de acordo com a batida do som.
Mais um semáforo e dessa vez eu paro. Ao lado do meu carro e dentro dele uma mulher maravilhosa. Flertamos. Tentei trocar algumas palavras, mas ela fez doce. Assim que o farol ficou verde, arranco cantando o pneu e dou uma trancada nela. Isso é pra aprender a não se fazer de difícil. HAHAHAHA
Continuo acelerando e dessa vez tenho espaço para pisar. Não terei que brecar tão cedo, ou talvez, não precisarei brecar mais. Em alguns quilômetros aquela curva vai chegar e eu não vou brecar. Será que vou passar reto ou irei capotar? Tanto faz, afinal, daqui a pouco eu acordo suado chegando no terminal, depois de algumas horas volto ao normal cansado e com uma dor no pescoço, porem feliz, pois tenho uma mente incrível que cria tudo aquilo que eu sempre quis.