Será que essa falta de ar que venho sentindo nas últimas 30 horas é angústia?
Do mesmo jeito que falta, sobra o ar, sufoca, invade, domina, determina, pede, dia, noite, falta, excesso...
Tudo ao mesmo tempo...
O mais difícil é a sensação de perder algo que já não é mais meu, de abrir mão do que não me pertence, de sentir falta do que nunca existiu de verdade, apenas a ilusão cretina de segurança que a minha necessidade infantil de proteção criou.
Como sempre afirmei, não é possível sentir falta de algo que nunca tive!
Mas acho que na verdade isso tudo é medo, medo do novo, medo do bom, medo de crescer, de se tornar realmente responsável por mim, medo de fazer a escolha, medo do erro, da revolta, do arrependimento, medo de perder as migalhas que me são jogadas ao fim do banquete.
Sou forte, sou frágil, sou mutável, sou solidão, sou desespero, sou carência, sou fiel, sou feliz, sou amor, sou ódio, sou ANGÚSTIA, ou melhor, estou angústiado...
Mas a culpa não é sua, a culpa é única e exclusiva da minha falta de coragem para ser feliz, a falta de coragem que tenho de me tornar alguém...
A culpa é do meu comodismo, do meu excesso de exigência, de querer que se torne o meu reflexo, mas como posso querer isso?, se muitas vezes não gosto do que vejo quando olho no espelho!
Ver uma face que não acredita que chegou em tal situação, de ver uma face que em outrora nem se olhava direito em fundo, apenas em vaidade.
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